Fui comandante
que não deixou seu navio afundar!...
Fui navegante
que singrou, sem medo,
por mares revoltos!...
Fui albatroz
que enfrentou
os furacões da vida,
e que não caiu no mar.
Fui timoneiro que chegou inteiro,
com saúde e lúcidez,
ao fim da viagem,
mesmo com o mastro partido,
e o casco em frangalhos,
precisando de reparos.
Fui Odisseu,
o Ulisses romanizado,
que conseguiu a salvo voltar,
para sua Ítaca (Belém do Pará),
seu verdadeiro porto seguro,
não obstante as poídas velas,
soltas ao Vento!...
Minha longa viagem
chegou ao fim!...
Agora vou arriar as velas,
quase rasgadas,
desarmar os cabrestantes,
e jogar a âncora de minh'alma,
no fundo raso da baía.
Chegou a hora de contar
as cicatrizes dos ferimentos.
pois é o tamanho delas,
principalmente das invisíveis,
que mostram a ferocidade das batalhas,
que enfrentei.
A viagem chegou ao fim, felizmente!...
Agora vou à terra,
reunir as crianças
em volta da mesa,
e contar-lhes boas estórias,
dos tsunamis e dos vulcões;
dos maremotos e dos tufões;
de Polífemo e das sereias,
e dos mitológicos monstros,
que habitavam as profundezas
dos oceanos
e dos mares,
d'antes nunca navegados!...
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