Governo do Amapá fortalece assistência rural em aldeias e contrata agentes ambientais indígenas para territórios Waiãpi

Indígenas irão acompanhar cultivos com conhecimento técnico e cultural, garantindo segurança alimentar na região.

O Governo do Amapá contratou mais 5 agentes ambientais indígenas para o fortalecimento da assistência técnica e extensão rural em aldeias Waiãpi. Os contratos, assinados pelo governador Clécio Luís nesta quarta-feira, 30, no Palácio do Setentrião, em Macapá, buscam garantir a segurança alimentar e melhoria na renda das famílias indígenas da região Oeste do estado.

“São importantes para os Waiãpi e para toda a sociedade. Estamos tratando da maior cultura e tradição agrícola da Amazônia, que é a mandioca. Estou muito feliz em assinar os contratos, garantindo uma extensão rural com conhecimento de técnica e da cultura tradicional indígena, atendendo a um pedido das próprias comunidades”, destacou o governador.

Por meio do Instituto de Extensão Assistência e Desenvolvimento Rural (Rurap), os indígenas foram contratados no programa ATER Indígena, em parceria com os Ministérios do Desenvolvimento Social (MDS) e do Desenvolvimento Agrário (MDA), além da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (ANATER).

A iniciativa busca promover a segurança alimentar e sustentabilidade produtiva; a valorização do conhecimento tradicional; o combate a crises fitossanitárias, como a recente doença da mandioca; e ainda promovendo a autonomia econômica e a integração com políticas públicas.

“Perder nossa produção é o mesmo quando perdemos algum parente, nossa história. Então nossa maniva precisa ser salva, senão vai mudar muito a nossa cultura alimentar. Essa contratação vai nos ajudar a solucionar esse problema dentro da nossa terra indígena”, afirmou o cacique Aikyry Waiãpi, presidente da Associação Indígena Wajãpi (AIW).

O acompanhamento contínuo das comunidades atendidas possibilita a implementação de técnicas sustentáveis, a capacitação dos indígenas e a adaptação das atividades produtivas às especificidades culturais e territoriais de cada povo. 

“O governador nos pediu que inovássemos na extensão rural no Amapá, especialmente nas comunidades tradicionais, respeitando suas culturas, com profissionais que falem as línguas dos povos originários, trazendo agentes de lá para fazerem parte do quadro de extensionistas do estado. Esses jovens profissionais indígenas já são nossos principais aliados no fortalecimento da assistência técnica e no combate à praga da mandioca nas terras indígenas”, garante o diretor-presidente do Rurap, Jorge Rafael Almeida.

Os indígenas, denominados de Agentes Socioambientais (Asas), são técnicos em meio ambiente formados pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá (Ifap) desde 2024 e foram contratados de forma terceirizada.

"Nossos alunos tiveram boa formação nesse curso de excelência para hoje conseguir essa contratação. O Ifap completa objetivo dos nossos cursos promoverem a empregabilidade dos alunos, e a melhor formação dos povos tradicionais do Amapá. Somos gratos a iniciativa do governo em gerar oportunidades para os indígenas", citou Juliana Eveline Farias, representando Romaro Silva, reitor do Ifap.

Esta foi a segunda contratação de grupos de indígenas para fortalecer a extensão técnica e rural em territórios indígenas. A contratação desses agentes representa um compromisso do governador Clécio Luís com as comunidades indígenas, consolidando uma ação fundamental tanto para a gestão quanto para os povos originários.

“É um momento muito esperado pelo povo Waiãpi. Mostra que o conhecimento indígena está sendo valorizado em um trabalho técnico. Isso é resultado de um diálogo do Governo do Estado com os povos indígenas, ouvindo essas populações e garantindo que as políticas públicas sejam efetivadas”, reforçou a secretária dos Povos Indígenas, Sônia Jeanjacque. 

Os indígenas contratados farão um levantamento das famílias indígenas afetadas pelas plantações de mandiocas doentes. O trabalho também tem o objetivo de incluir o que for produzido na região no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), estimulando a produção de novas culturas, garantindo alimentação segura e gerando renda com o excedente.

Por meio do decreto da crise fitossanitária, o Governo segue prestando assistência aos indígenas com entregas de kits alimentares indígenas e acompanhando os estudos realizados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Fonte: Fabiana Figueiredo/GEA. Imagem: Max Renê/GEA.