Medidas que oferecem suporte emocional, em ambientes mais acolhedores, também atende aos familiares durante o acompanhamento no HCA, em Macapá.
O Governo do Amapá vem ampliando as iniciativas que fortalecem uma gestão mais acolhedora dentro das unidades de saúde do Estado. No Hospital da Criança e do Adolescente (HCA), em Macapá, o cuidado vai além do tratamento clínico. A equipe multiprofissional aposta na humanização do atendimento pediátrico como um diferencial essencial para o bem-estar dos pacientes internados e de seus familiares.
O acolhimento, escuta ativa, orientações e apoio emocional são práticas que fazem parte da rotina diária dos profissionais que atuam na unidade, referência no atendimento de saúde infantil. A psicóloga Roana Priscila Campos integra o Núcleo Psicossocial do HCA, formado por 12 psicólogos e oito assistentes sociais que atuam em todos os setores.
“Nosso trabalho envolve desde o suporte em situações de diagnóstico ou óbito, até o acompanhamento contínuo aos pais, mães e crianças durante a internação e o tratamento. Atuamos como ponte entre as necessidades emocionais dos pacientes e o cuidado técnico da equipe”, explica Roana Priscila.
Segundo a profissional, o atendimento psicológico no HCA é feito tanto por rotina quanto por acionamento das equipes. “Fazemos visitas diárias à beira do leito e intervenções sempre que surgem situações que exigem mediação, como conflitos entre acompanhantes ou dúvidas sobre o cuidado das crianças. Muitos pais chegam de outros municípios, sem rede de apoio, e precisam ser ouvidos, orientados e acolhidos”, completa.
Entre as áreas que mais demandam a atuação da psicologia estão a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica, a sala vermelha, a estabilização, a Unidade de Cuidados de Longa Permanência (UCLP) e as enfermarias. Nessas unidades, o Núcleo Psicossocial oferece escuta ativa, suporte emocional e orientações psicoeducativas sobre como manejar as dificuldades do dia a dia da internação.
Além do apoio aos pais, o cuidado com os pequenos pacientes é feito também com ludoterapia, uma técnica terapêutica que utiliza brincadeiras e desenhos como meio de expressão. “Através do desenho, conseguimos entender como a criança está lidando com a internação e até suavizar esse processo para ela. Mesmo crianças com limitações físicas ou cognitivas, como as da UCLP, recebem esse cuidado emocional, com toque, carinho, conversa e presença”, afirma Roana.
A dona de casa, Ana Maria Lobato, mãe de um bebê internado com pneumonia, contou que o filho passou 15 dias na UTI e agora na UCLP segue sendo acompanhado. “É tudo novo pra mim. Ele está com traqueostomia e eu nunca tinha passado por isso. Mas as enfermeiras me ajudam, explicam tudo com paciência. Quando a gente não sabe o que fazer, elas estão ali para orientar. Isso faz toda a diferença”, conta emocionada.
Para Ana Maria, a atenção recebida impacta diretamente na recuperação da criança. “Todos os dias elas vêm ver como ele está, me explicam o que está sendo feito, o que esperar. O tratamento é técnico, mas também humano. A gente se sente cuidada junto com nossos filhos.”
Humanização como prioridade
Desde a entrada dos pais nas unidades de maior complexidade, como a UTI, a equipe do HCA orienta sobre como manter o vínculo com os filhos, mesmo em situações delicadas. “Reforçamos que eles podem e devem tocar, cantar, conversar com a criança, mesmo quando estão sedadas. O vínculo afetivo é um elemento fundamental no processo de recuperação”, pontua a psicóloga Roana Priscila.
Fonte: Karla Marques/GEA. Imagem: Gabriel Maciel/Sesa-GEA.
Comentários